A primeira imagem nos parece um grande formigueiro em movimento. Dá a idéia de uma linha de produção de uma grande fábrica automatizada. As rotas de subida e descida parecem como grandes “rodovias expressas”. A organização do trabalho parece perfeita. No detalhe, percebe-se a existência de estrutura de madeira como se fosse uma grande escada por onde os trabalhadores se fixavam à terra, carregando sob as costas os sacos de terra a serem explorados.
Apesar do esforço físico, da terra molhada, da grande aglomeração de homens trabalhando, a beleza da foto está contida na força do trabalho (tema principal do livro) e bem reflete esta ação. De um ambiente onde nada poderia ser avaliado como bonito se encontra a beleza expressada na simetria e na proximidade dos trabalhadores. Na força do trabalho, na união e na coordenação ordenada das ações.
SÉRIE REFUGIADOS.....
A profundidade do olhar e os traços marcantes da fisionomia nos obrigam a PARAR, PENSAR e REFLETIR. O desespero expressado pelas mãos secas, sujas, demasiadamente grandes, coladas à cabeça na segunda foto, dá a sensação de uma pessoa em pânico, desespero, no limite de suas forças vitais. E, mais uma vez, do trágico e triste, através da análise crítica, a beleza da expressão que diz todas as palavras não ditas. Que clama, berra aos nossos ouvidos todas as injustiças. Vale ainda ressaltar o contraste da primeira foto que tem o fundo completamente preto, destacando-se a silhueta da face e das mãos, mais uma vez com grande força de expressão. As mãos se equilibram no vazio, uma apoiada à face, outra provavelmente ao corpo. Mãos rústicas, ásperas, sujas e no entanto belas. Toda a força de expressão, toda a beleza está contida no seu olhar direto, que nos questiona, que nos obriga mais uma vez a refletir profundamente sobre a existência humana. Um olhar que incomoda, que vai além do nosso campo visual. Toca no fundo do coração e da alma.
REFUGIADOS, ETIÓPIA....
REFUGIADOS, ETIÓPIA....
A força do olhar da mulher que carrega seu filho junto ao corpo e que suplica por dignidade, direitos civis básicos como água, comida, casa.... e na segunda foto percebo o reforço das idéias acima apresentadas através do fato de analisar as pessoas caminhando pelo campo (deserto), reforçando todo este sentimento pela presença no primeiro plano da criança que não sorri, que não brinca, que não OLHA. Não há expressão de vida, de viço. A amplitude ao fundo reforça o sentimento de exaustão após a travessia do vasto deserto, que com seu vento provavelmente forte, castiga os corpos fracos e exauridos.
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